versos meus
me são tão caros
que por costume
prefiro calá-los
à superfície
a poesia
desprovida de harmonia
deita palavras estranhas
na pena simulada
computador
as falsas luzes ardem
elétricas
iluminando
idéias vãs
enebriando
as mentes
dos novos poetas
que faltam à paisagem
que jejuam da benção solar
e a natureza
órfã de contemplação
agoniza
e agita
com seus ventos
e tremores
arma-te de teus versos e vem
que a alma ardente
da poesia
renova e reluz
arredia
rebelde
ao gosto mundano
de sabores azedos
profanos
inférteis
por natureza
castrados na raíz
essência