No meu caminho, encontro obstáculos
Como a muralha da china, fatos
Que me deixam para baixo
Quase sem opção mas eu me encaixo
Talvez devesse ter escolhido fazer algo mais fácil
Só que eu não escolhi, quem decidiu foi o tempo
Mostrando quem seja que tente e não deixe sua rima obsoleto
Então não me proíba, vou fazer, se não for bom o tempo que decida
Nunca fiz nada, também não me acontece nada
Problemas são problemas, não vou envolver isso na parada
Sou novo no esquema, vou me virar nessa cilada
Até que aceite a mim, como novo na sala de aula
Um sonho de ser rapper, um pouco a engenheiro
E zero por cento de vir a ser algum herdeiro
E sento na calçada, com meu irmão
Enquanto conta sua vida de subtração
Quantas vidas parecidas com a minha
Todas com sonhos, mas quando mete a mão no bolso nem lembra se tinha
Um pouco de coragem pra fazer
Suas próprias vidas imploram pra você as reger
Quantos tem, quantos não, quantos sem e quantos vão
Passar por essa trilha de brasa sem se queimar
E quantos já choraram antes mesmo de tentar
Quantos tem, quantos não, quantos sem e quantos vão
Se revoltar contra um sistema frio e sem freio
E como resposta levantar o seu dedo do meio
A propaganda é a alma do negócio
Mostram bunda peito e dinheiro e você se vende como um consócio
E começa a ter escolhas
Ou melhor, é submetido a uma só escolha
Compram liberdade por um certo preço
Tenta fugir mais eles encontram seu endereço
O machuca até que adote a velha frase deles
Se não pode os vencer, junte se a eles
Mas isso é normal, tanto faz lá como cá
Não importa mais quem vai governar
O importante é meu carro equipado
E minha esposa aos 50 com o corpo esticado
Fe fi fo fum
Como um gigante a sociedade sente nosso cheiro
A todo instante nos consomem
Depois nos jogam na mira de um arqueiro
E nossa história se perder na morte do mensageiro
Não é o que quer, mas é o que vai ter
Com todas as regras que escolheu para viver
Sei que todos nos tem vontade de vencer
Descubro que vontade é pouco, logo vai escurecer
E volta para cama, e um sonho não realizado
Seu foco é colocar comida em um prato quebrado
Catando as migalhas, de quem te faz escravo
Prostituindo sua alma por alguns centavos
Tornou seu vicio o mais difícil de perceber
Está acorrentado e sem saber
Irá condenar seu filho pro mesmo destino, que você
Me diz se é realmente isso que você vai querer
Muitos pensam e falam sobre igualdade
Bem ou mal, mas a verdade
É que o ego é grande demais
Pra dividir com pessoas normais
Valores morais apenas deixam de ser reais
Quantos tem, quantos não, quantos sem e quantos vão
Passar por essa trilha de brasa sem se queimar
E quantos já choraram antes mesmo de tentar
Quantos tem, quantos não, quantos sem e quantos vão
Se revoltar contra um sistema frio e sem freio
E como resposta: levantar o seu dedo do meio